A lua, o Vênus e Júpiter resolveram dar um showzinho no céu estrelado deste 1º de dezembro de 2008. Ambos três astros se alinharam e se exibiram por algumas raríssimas horas; isso só ocorrerá novamente em 2052, ano longínquo e em que eu estarei velhíquo, e talvez nem tenha ânimo de estar lá, tão ameaçador é sua imagem: 2 mil e cinquenta e 2.
Parecia que Deus estava enfeitando o céu para o Natal, pregando no imenso vazio bolinhas que acendem no infinito.
Vimos o espetáculo celeste e celestial por acaso, ao caminhar na ruinha cercada de prédios onde moro. Estava lá a junção de astros, pedindo uma foto ou uma contemplação; aquela imagem que parecia de filme ou de desenho animado. Tão bela era que quase não se nos demos a observar com mais vagar, com mais afagos, quase ignorando o fenômeno, crendo estrelas o que era planeta.
Tão raro, luminoso e simétrico, espalhando magia no infinito.
Na "A Deusa da Minha Rua" uma simples poça transporta o céu para o chão, como assim:
Na rua uma poça d'água
Espelho de minha mágoa
Transporta o céu para o chão
Tal qual o chão da minha vida
A minha alma comovida
O meu pobre coração...
Já a minha rua concentrou o Universo em si, enquanto ali eu passeava. Satélites e planetas disfarçados de luminárias povoavam a placa negra que colore o vácuo.
Na próxima vez que ocorrer o singular fenômeno, já se terá inventado um elixir para que se aprenda a amar, a perdoar e a pedir perdão.
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