O cão é o melhor amigo do homem, embora a recíproca não seja lá tão verdadeira. Gosto de cachorros. Não o gostar do jeito coreano, que frita os bichinhos e os acolhem no estômago. Quando eu crescer, vou querer ter um cachorro, ou o cacholo como diz meu amiguinho Cebolinha. Aliás, o seu Floquinho é o sonho de todo dono de cachorro: não foge, não late alto e se dá bem com as pulgas. O problema é na hora de dar comida para ele: uma tigela em cada ponta.
Domesticado há cerca de 12 mil anos, este carinhoso animal faz parte da nossa história ocidental; Peritas, o pequeno cão de Alexandre, o acompanhou em todas as batalhas, e consta que afagava o rei quando este voltava triturado das batalhas. Deve existir um sem número de cachorros famosos, como a cadela Laika, o primeiro ser vivo a viajar para o espaço e que mistura glamour com tragédia, já que sua viagem foi concebida para não voltar. E quem não se lembra da Lassie?
A escolha dos nomes deles faz até parte da nossa iniciação ao mundo afetivo; os batizamos com nomes gregos, Penélope, úmidos, Pingo, estrangeiro, Rex, e os lúdicos: Fib, Totó, Billy; os tradicionais e carinhosos: pulguento, saco delas, enfim... Gente também é homenageada: tem Pelé, um belo pastor alemão, e Toninho, nome de um vira-lata fofo feito lã.
Cãezinhos preenchem lacunas. Substituem dor e vazio por emoção e cumplicidade; há quem fale com os bichos e, mais grave ainda, há bichos que entendem seus donos; é uma invejável relação de afeto porque há, pelo menos da parte canina, a certeza de que nunca haverá uma traição, o que não se pode garantir numa relação humana, nem se esperar, o que é mais sensato fazer.
Esses peludos amigos são o símbolo maior da amizade; há os que sorriem latindo (meu cachorro me sorriu latindo); e quando a amante, zangada, chama o homem de cachorro, é a mais pura e bela antítese que há: é como ela dizer: “Ah se você fosse como um cachorro!”.
Escrito por Alex Menezes, às 00h00.
Comments