“Terra/Terra/Por mais distante/O errante navegante/Quem jamais, te encontraria?”
Duas notícias merecem destaque: a primeira é o misterioso sumiço das abelhas no EUA e parte da Europa continental; a outra é a descoberta de um planeta semelhante ao nosso, provisoriamente batizado como GL 581c --- parece nome de modelo de carro. Deve ser um planeta completo, com direção elétrica e freio ABS, menos com trio, porque isto não é o planeta Ivete, com diz o Tetera.
Semelhante àquele casal que, em busca de solucionar o problema conjugal, viaja mais e mais longe (esquecendo que o problema vai junto), o homem se desdobra em querer desbravar novos mundos; nem sequer desbravou este ainda.
O planeta descoberto está à distância de um tiro de pedra: 194 trilhões de km. O foguete mais veloz já projetado viaja no vácuo a 75 mil km/hora; levaria leves 400 mil anos para chegar a GL 581c. A solução seria colonizar uma nave gigante, igual à Arca de Noé, mas segundo um sociólogo, em três gerações os grupos se dividiriam e, na quarta, guerreariam entre si, e então ao vencedor sobrariam não as batatas do Quincas Borba, mas o planeta 4 mil séculos depois. Não ia demorar muito: o tempo é rapidamente consumido quando estamos em guerra.
A busca infrene não é só por um novo mundo, e sim pela descoberta de vida extraterrena; é o que motiva e fascina. Como, segundo evolucionistas, a vida apareceu aqui por acaso (a tal da sopa primordial), não seria impossível que tal fenômeno voltasse a se repetir noutro lugar. O detalhe é que, mesmo em gente que pensa sem o advento da doutrina criacionista, a possibilidade de a vida nascer de forma espontânea é infinitamente improvável. Equivale a você deixar seu celular no bolso e, com toques aleatórios nas teclas, se formar um romance como Dom Quixote, ou vá lá, um O Alquimista: na minha teoria, vale qualquer forma de vida ou livro.
Muita gente anda preocupada com o sumiço das abelhas, as maiores responsáveis pela polinização natural; há até quem fale em ação alienígena, posto que nem seus cadáveres são encontrados, ou mesmo no aquecimento global, que virou o vilão da vez e é culpado até pelos altos índices de adultérios em Kuala Lumpur, na Malásia. Meu palpite é que as abelhas, percebendo debalde seus esforços para adoçar este mundo acerbo, se mandaram de mala e colmeia para, digamos, GL 581c, que por mais inóspito que seja, pelo menos (em tese) não tem homem algum para fazer do seu mel, fel.
Escrito por Alex Menezes, às 21h19.
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