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  • Foto do escritorABM

Espanha Invencível



Vi com desmedida impaciência o jogo entre Espanha e Uruguai pela Copa das Confederações; foi a primeira vez na vida que testemunhei duas equipes jogando esportes diferentes num mesmo campo de jogo.


A TV não mostrou, mas o domínio de bola espanhol no primeiro tempo beirou 80% de posse de bola contra máximos 20% dos atordoados uruguaios. Resultou numa retumbante goleada o domínio? Não, porque não precisava. Para quê o desgaste? Jamais o Uruguai ameaçaria a Armada Espanhola.


Fiz um Data-Alex da partida: em média, quando tinha a posse de bola, a Espanha trocava 12 passes até perder a bola, para logo depois retomá-la num ciclo viciantemente alucinante. O Uruguai não conseguia trocar 5 passes antes de perder a bola para os europeus. No segundo tempo, a Espanha alcançou o recorde do jogo: 38 passes trocados sem que nenhum jogador albiceleste raspasse na bola, nem por acidente.


Para um bicampeão do mundo, é um vexame, para quem testemunha o fato, é um deleite.


A Espanha não ter um centroavante de oficio facilita mais do que dificulta o esquema de jogo. O técnico Vicente Del Bosque deve lamentar que seu melhor jogador, Messi, tenha preferido jogar numa seleção estrangeira…


Em tendo Messi, a Espanha faria frente (talvez já faça) e esmagaria as grandes do passado, como a da Hungria de 54, as do Brasil de 58 e70, aHolanda de 74 e a fatídica de 82 brasileira. Com Messi, o poder de fogo da Espanha seria esmagador. Mas os deuses do futebol gostam de drama e ironia, não de fantasia.


O jogo binário da Espanha funciona mais ou menos como um axioma de serpente, aquele abraço que asfixia a presa. Aquele toque de bola irritante desestabiliza emocionalmente o adversário e o cansa, e nesse momento vem o bote arrebatador que leva a caça à lona da grama.


A continuar a jogar esse futebol de rua e não de estádio, os espanhóis mesmo desfalcados de Messi, irão passear nessa Copa Confederativa e idem em 2014; e como a ironia e os deuses persistem em escrever dramas cômicos, o único que pode abater esse novo animal futebolístico é justamente aquele que tornaria a Espanha invencível: Lionel Messi.


Assim como a famosa Armada Invencível que aterrorizou os mares do globo em tempos idos e depois foi fatalmente abatida pela Inglaterra, só mesmo o argentino pode levar a pique esse fabuloso time espanhol. Uma pena.


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