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A Farsa Necessária do Papa Francisco

Afora os belos discursos, a simpatia cativante, o Papa Francisco fez muito mais política religiosa na visita ao Brasil do que pregação cristã.


A cantilena do Papa versou sobre a esperança e tentar mudar a sociedade por meio da política, protestando até. É um discurso dialético e político, em face da grave crise de identidade e perda de poder que a Igreja jamais enfrentou.


Parece que não é hora de falar verdades, que são inconvenientes, mas de acalmar o rebanho a troco de platitudes e uso de boa fé.


Ora, o Papa destoa completamente dos ensinos de Jesus: o nazareno não se importava com reformulação social; “meu reino não é desta fonte”, teria dito ele a Pilatos; antes Jesus queria a ruptura do sistema de governo terreno em favor do governo celestial, seja lá como fosse tão drástica transição.


Francisco espera na boa vontade dos jovens para mudar a sociedade, e tal assertiva, provinda da boca de um ancião, é temerária; agrava-se vinda da boca de um homem intelectualmente forjado nos ensinos da História.


Francisco sabe que (para ficar na idade da Igreja) há 2 mil anos a sociedade e a política são ambas injustas e corruptas --- irá mudar agora por meio de palavras que logo serão esquecidas? Seria um milagre maior do que a ressurreição; e no mais soa ingênuo, e mais do que isso, desesperador.


Jesus havia informado claramente aos seus seguidores que o governante desse mundo (João 14;30) é o tal do Satanás, e que não haveria reconciliação possível sem que houvesse uma intervenção divina nos assuntos terrenos, destruindo o tal governante para que fosse estabelecido o governo divino; como o Papa não informa isso aos seus seguidores? Como ele ousa usar de sua influência sacerdotal para propagandear (nas palavras dele) uma utopia, cuja raiz grega quer dizer justamente "lugar que não existe"?


Fica mais confortável dar esperanças absolutamente infactíveis, destituídas de realidade, porque o ser humano é um projeto que visivelmente não deu certo, e pensar que ele mudará por meio de abanos e afagos é de tal sorte risível que faz desconfiar da sanidade mental dos líderes dessa, e de qualquer outra, religião que insiste que o mundo pode ser um lugar melhor, que as pessoas se irmanem numa comunidade global pacífica. Isso não acontece, aconteceu e jamais acontecerá.


O papel dele enquanto líder cristão é o de divulgador do evangelho, e o evangelho não contempla esperanças nesse modelos de governo que estão ou fadados ao fracasso ou à penúria (com raras exceções); não, antes o texto sagrado que Jesus seguia diz, como no extraordinário livro de Eclesiastes escrito pelo filho do Rei Davi: homem tem dominado homem para seu próprio prejuízo (Eclesiastes 8;9).

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