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Viagem ao Túnel Atemporal

Eu, qual profeta do caos, adiantei o insucesso da campanha de Barak Hussein Obama a postulante do maior cargo político desde sei lá eu, Júlio César. Tenho sedução pela história; gosto de converter a dispersão do tempo e atá-lo ao meu bel-prazer: numa arenga inútil, fico a travar guerras imaginárias com grandes líderes militares; Napoleão perde várias batalhas para Aníbal; Aníbal nunca vence Hitler; Patton se dá mal com César; que empata com Gengis Khan que humilha El Cid que é destruído por Churchill, e no fim todos formam uma coalizão multinacional para derrotar o grande Alexandre que não suporta capitular nem nas imaginações alheias. E vence a todos com um único golpe, de eloqüência.


A mão negra de Obama não irá apertar a de Ângela Merkel numa visita oficial, o papa não o receberá em audiência; seu cabelo pixaim não espetará os olhos sensíveis dos reacionários, seu rosto preto não irá estampar a primeira página do The New York Times com a legenda “THE FIRST PRESIDENT BLACK” que tanto horror causaria ao conservadorismo não apenas norte-americano, mas mundial. Seria muita emoção, muito chacoalho ao estabelecimento, ao estado de coisas como o conhecemos, a própria História não saberia se escrever sem sobressaltos tendo no mais alto posto da hierarquia humana um representante da raça mais vilipendiada desde a invenção daquilo que chamamos civilização.


Ele causar sensação e ter condições reais de ser candidato já é uma sinalização de bom tempo; não está vivo o negro que domará o poder da maior potência do mundo. Quando ele nascer, usufrutuário da semente ora plantada por Obama, daqui uns 50 anos, o poderoso EUA não será o poderoso EUA; o país dividirá seu vasto poder e influência com a União Européia e a China e se tornará, como querem os especialistas em estatística e em futuro, na “Potência do Meio”. É pavoroso. Casa em que muitos mandam...


China e Europa protagonizaram no século XX os maiores massacres humanos de que se tem notícia. As duas grandes guerras “européias” elegeram 80 milhões ao cargo de mortos e a China com seu pseudo-comunismo elegeu outros 70 milhões ao cargo menos ansiado por quem vive.


Impossibilitado de escapar do horror da atualidade hostil, me refugio na imaginação que me transpõe a outros tempos, idens lugares; me vejo entregando o tubo de tinta que caiu do cavalete de Van Gogh e sem esperá-lo agradecer recuo no tempo para umedecer com nanquim a pena de Shakespeare, o formão de Michelangelo é amolado por mim; ajudo a calçar o piano de Mozart, penso no piso irregular de Viena; uso um cantil para aliviar a sede psicológica de Tiradentes que me agradece com um olhar desprotegido; entrego valium para Cleópatra suportar seu destino sem se preocupar com a humilhação romana; influo Pilatos a lavar as mãos com atitude em vez da água que as sujou; e vou andando por aí e por lá sem problema com a imigração espanhola, não há alfândega nem passaporte no aeroporto gratuito da memória.




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