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  • Foto do escritorABM

Abaixo às Crianças

O mati é passo preto

De janeiro até janeiro

Ele casa no verão

Eu namoro o ano inteiro

O mati já tem bisneto

Eu ainda tô solteiro

Ele voa em liberdade

Inda tô no cativeiro

Fragmento de “Dinheiro em Penca” hilária e campestre-urbana composição do maestro soberano Antonio Carlos Jobim, que ouço quando bate saudade de ter uma família para chamar de minha.



O IBGE acaba de divulgar uma pesquisa que mostra que uma boa parcela das mulheres tupiniquins não querem mais saber de maternidade. Deixar herdeiros, parir filhos é para elas coisa arcaica, tarefa que cabia só a suas avós e mães. Ter filhos equivale a regredir na evolução do sexo que tanta luta lutou para chegar onde está. Oxalá a ciência resolva isso, sem mulher. E já resolve.



Um condomínio na Escócia, (tem nome de país mais bonito que este?) é destinado a casais que não têm filhos, crianças só são permitidas lá se forem visitantes. Deve haver uma placa: proibido a circulação de crianças.



Um amigo meu muito bonito, cujo nome omito porque sou modesto, diz que só gosta de crianças japonesas; 1º porque quando elas estão dormindo ele está acordado e vice-versa; e 2º estão a 20 mil km de distância. Humor negro não deslustra o caráter de quase ninguém que se pretende sério, caso que, é evidente, não é o meu.



O caso, não obstante a pilhéria, é sério. O baixo índice de natalidade das mulheres européias ameaça danificar a economia e até mesmo o futuro daquele continente. A OMS pede para que cada moça contribua com 2,1 terráqueos para a manutenção da população a níveis aceitáveis. Ocorre que as meninas européias, com muita bolsa Prada para usar, muita boate para freqüentar, muita vodka para esvaziar, muito cargo para conquistar, só aceitam contribuir com 1,37 meninos; meninos estorvam qualquer atividade dessas; não sendo cangurus as mães deste século é um pouco demais pedir para que elas integrem a procriação na sua agenda, muito apertada, muito empolgada com o que o futuro lhes reserva.



Muita solução é preencher a lacuna da prole adotando uma calopicita, uma iguana, um poodle, uma aranha de aquário. É quase certo que esses filhos não dão tanta despesa como os saídos do sangue da gente, fato que por si só já é recepcionado com a vantagem capitalista da coisa. Eu por meu turno não faço nenhuma questão de ver o planeta povoado com esses outros bichos, verdadeiramente menos nocivos à saúde das mães e do meio-ambiente.



------- Os deputados acabaram de ressuscitar a CPMF. Agora é CSS. Simples questão de empáfia e nomenclatura. Parece que não vai ter protestos; no mínimo uma lufada de ar oriunda de um bocejo.




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