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Os Ovos





“...Seu Chopin não vá pensar que estou me aproveitando/ de seu nome e sua projeção/mas sua cooperação/valoriza esse chorinho meu/ dizem que o próprio Liszt ao valor não se renegou/ até a George Sand/ os pontos entregou por isso eu quero uma vez mais dizer que não é plágio/ essa divertida união...”


Nossa sociedade é produtora de muita ironia, muita arte que na mão de um bom narrador daria uma epopéia dessas que desvirginam os séculos vindouros. Tem uma música que não sei se é do Toquinho que diz “fé na vida, fé no homem, fé no que vier, lá lá lá, deixe a luz do céu brilhar etc” não lembro o resto; não sei não; estou muito musical hoje. Deve ser alguma fase obscura da lua, deve ser uma mulher chamada “Nola”; quero uma namorada que se chame “Nola”; Nola Rice, igual àquela personagem do Wood Allen; mas não quero a Scarlett Johanson e sim sua personagem: “Nola”. – “Ei Nola, vamos ao cinema? Posso levá-la ao teatro? Vamos dar pipoca para os flamingos do lago da sua casa?; como, seu avô ainda não os comprou? Eu os compro ou os caço para você, Nola, desde que você volte, alô, alô, Nola?” – “tum tum tum”.


O edifício “Chopin” na Av. Vieira Souto no Rio é o cenário e a prova de que retornamos à Idade da Pedra; da Pedra? Do ovo. Sim, do ovo. O ovo, esse antigo símbolo do nascimento e da renovação que serve para omeletes e para criar palíndromos como “ovo novo”; que serviu para Colombo provar que tudo é fácil depois de feito por alguém; os famosos Ovos de Fabergé, o ovo do astrônomo Lemaître; o ovo sagrado que apaga a fome de muita gente nesta grande e convulsa barriga que é o planeta terra.


Ricos, ociosos, colunáveis e de sobrenomes pomposos alguns moradores do Chopin cansados da monotonia alucinógena das drogas elaboraram um meio cretinamente estúpido de se divertirem: jogar ovos nos transeuntes do alto de seus casulos de luxo. Não lhes bastam a idioletice do ato; elas têm de ser documentadas e não só: divulgadas na Internet. “O Ovo de Ipanema”, com esse o título pode-se ver no you tube gente do alto quilate como Narcisa “Tamborim”; Bruno Chatô; e Boninho, sim, aquele primata que dirige o “BBB” arremessando ovos nos carros e nas pessoas. Boninho tem uma técnica: injeta éter nos ovos para o fedor ser potencializado. Ovo de Ipanema. Tudo é evolução; primeiro veio a Garota de Ipanema; agora é o ovo.


Atemoriza saber que o Juízo Final demore mais algumas semanas; quiçá meses. Pense no gene transmitido por essa subespécie; extermínio? Não pode. Direitos humanos, forças armadas, OAB, João Dória Jr., todos iriam criar movimentos “civis” caso algum iluminado liderasse uma ação de extermínio às Narcisas e Boninhos; como defesa, poder-se-ia dizer que o extermínio é necessário por motivo de preservação da espécie humana; perigo potencializado se Narcisa e Boninho resolverem cruzar em plena Copacabana; caso ocorra, João Dória socorreria em prantos: “Não mate a criança! Ele é o nosso Messias!”. Estaria criada então uma nova religião. Sr. Deus, por favor, mande logo o Armagedon para nos salvar. – não tão logo assim, espere ao menos Nola voltar.





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