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Guerra e Paz

A semana se esgota com dois temas que polarizaram as manchetes: a crise do triunvirato Colômbia/Equador/Venezuela e o julgamento da Suprema Corte sobre a polêmica questão das células-tronco.


Tranqüilamente eu poderia meter o bedelho na encrenca sul-americana e naturalmente encontrar a solução para que eles efetivamente guerreiem entre si e ponha em movimento a economia do continente, tão carente de uma operação militar para fazer agitar o sangue da guerra, que pode coagular se ficar muito tempo inerte. Que eu me lembre, sem consultar o Google, a última guerra na América do Sul foi a do Paraguai, em 1860 e poucos; aliás, umas das mais covardes de que se tem notícia na era moderna, já que o Paraguai era uma potência emergente, tinha um parque industrial avançando, produzia o cânhamo que desafiava o linho e a hegemonia inglesa, a potência de então. Inglaterra, Brasil, Argentina e Uruguai 10, Paraguai 0. talvez 80% da população paraguaia tenha sido dizimada.


Fosse diplomata, e ainda bem que não sou, iria na OEA pedir para que começassem imediatamente a guerra; canhões balas, tanques, caças, porta-aviões: toda a quinquilharia do teatro bélico iria ser montada às pressas.


Em vez de soldados, civis, crianças, gente que nada tem a ver com o espírito arengueiro dos atuais caudilhos que dominam o continente, proporia à OEA, à ONU, a Washington, ao Vaticano, ao próprio diabo, interessado maior nesses assuntos, que os próprios respectivos presidentes guerreassem entre si, sem prejuízo ao sangue alheio, só ao deles, que parece ser um tantinho mais precioso, mas é só impressão mesmo: fede como todos os sangues do mundo.


É óbvio que os organismos internacionais e nem o diabo, tecnicamente o primeiro-ministro dessas instituições, não iriam radicalizar mudando a gênese da guerra, colocando no campo de batalha quem realmente a ansiou; todavia, se não tenho fé, tenho ao menos esperança, essa forma mais acessível de fé, e fazendo uso dela, cogito ou sonho que há solução para o conflito se dê por esses termos, muitas mães iriam me agradecer a sugestão caso ela seja aceita; em não sendo, vão me mandar ao diabo por só atiçar uma esperança que elas não tinham e a simples ignorância já as faziam felizes. Enfim, me atrapalhei todo.


Das células tronco o STF não deixou passar (deixai fazer, deixai passar, senhores ministros!); o relator do caso pediu “vistas” ou algo assim. Que o mundo é um lugar estranho você já está cabeludo de saber, mas... Se a Justiça não se opõe à entrada de munição pesada pela escancarada fronteira do país que causa mortes como a da doméstica fuzilada no Rio de Janeiro dentro de casa numa troca de tiros entre polícia e traficantes, porque tanta nove hora para resolver a questão das células tronco que podem salvar a vida de muita gente?


Sei não viu. Uns querendo atuar para salvar vidas e outros a atuar para ceifar vidas. Eu quero ir embora, eu quero dar o fora, e quero que você venha comigo, todo dia ela faz tudo sempre igual me sacode às seis horas da manhã...


Bom final de semana, sem guerra, e sem paz. Tchau.





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