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Fim da Linha para Deus?



Não é de hoje que se tenta matar Deus. Cometer deicídio não é privilégio apenas de filósofos deificados por crédulos e incrédulos; “Deus está morto”, vaticinou Nitch (ainda não sei escrever-lhe o nome). Não é falso afirmar que o homem, pós-saído da ignorância do mundo sem tecnologia (140 anos atrás não se sabia que existiam bactérias e vírus) esbalde-se na profusão tecnológica que diminui o mundo e o torna “compreensível”.



A idéia agora é tornar Deus “obsoleto”, segundo li na revista Science. Assim que isso ocorrer, “o mundo será lançado em um novo Iluminismo, um novo Renascimento”, só faltará renascer o Rafael. O pulo do gato desses crentíssimos homens da ciência está na inauguração, na Suíça, do maior e mais sofisticado acelerador de partículas da história. Eita lasqueira. Com ele, poder-se-á “emular o comportamento dos átomos na hora exata do Big Bang.”. Eita de novo. Acalme-se, não irei cometer o pecado de enfiá-lo num universo científico que só os cientistas e Deus, se ele existir, claro, entende.



“Quando a ciência explicar a origem do Universo, será o fim de Deus.” Diz Richard Dawkins, estrela da nanotecnologia e ferrenho ativista para o fim da religião. Marx tentou. Todos tentam aniquilar aquilo que faz mal à sua vaidade intelectual, que é a pior espécie de vaidade. A questão é: matando Deus, o que sobra? O homem, hoje prepotente e altivo, encimado nas conquistas tecnológicas, quando vivia em tribos, nu e desarmado, via cair um relâmpago do céu e tal fenômeno o remetia a um ser superior qualquer; a árvore rasgava o solo e frutificava e, sem resposta, cria nalgo poderoso, maior que ele e sua compreensão.



Einstein, Newton, Leonardo, Kiekergaard: um cientista, um físico, um proto-artista e um filósofo; vai longe a lista dos extra-séries que acreditavam em Deus ou numa Inteligência Superior. A necessidade urgente de excluir o Criador na composição da vida me parece estar presente no abuso que o homem faz da sua petulância. No século 19 era moda se dizer ateu, conferia prestígio. O sujeito até podia ser crente, mas o charme estava em negar a crença. Intelectuais gostam de se gabarem da inexistência divina, um pouco para sentir-se ele próprio criador de si; chamo a isto de “inveja da impotência”.




Não quero cair na esparrela do clichê fácil “Deus está na natureza”, etc., mas, droga!, se uma casa tem um construtor, a porcaria do Universo, um tantinho mais complexo que uma casa, DEVE ter um projetista inteligente que o fabricou! Carbono-14, DNA, RNA, teles e microscópios, aceleradores de partículas, átomos, nêutrons, neutrinos, elétrons, tudo isso ajuda a explicar e a entender o mecanismo, mas não o Mecânico. “Cada casa, naturalmente, é construída por alguém, mas quem construiu todas as coisas é Deus”. Hebreus 3:4.



Condiciono-me a entender e aceitar que a religião, não como traço cultural da civilização, mas como fomentadora da esperança pós-mortem e da “re-ligação” com o divino é uma das maiores chagas que existe e já existiu; se ela não é o ópio do povo é decerto um vinho amargo que embriaga e mutila há milênios – e continua.



Penso que o homem que anseia negar seu Criador é como uma forma de protestar, haja vista não bastar sua suma existência para legitimar a originalidade do projeto assombroso que é o corpo e a mente humana, mas ele, contemptor da dádiva da vida, obscurece o encanto do simples; comer uma batata, observar o vôo irregular da borboleta, cheirar um cheiro nunca antes cheirado, tatear a superfície rugosa e áspera duma rocha que está ali, inerte e firme na sua dureza, há milhões de anos antes do homem e suas perguntas, sua ânsia de querer tudo saber, até o que se não está ao alcance da sua compreensão.



Diz o salmista:



“Elogiar-te-ei, ó Deus, porque fui feito maravilhosamente, dum modo atemorizante. Teus trabalhos são maravilhosos, de que minha alma está bem apercebida.” Salmos 139: 14.





Escrito por Alex Menezes às 23h39


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