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Aquiles e o Gari

Gostaria de agradecer aos leitores as 6 mil visitas a esta coluna. 6 mil é muita coisa: muito além do que eu mereço. Oscar Wilde dizia que resistia a tudo, menos a tentações, não sou imune à vaidade e assim me envaideço em saber que tenho o carinho de todos vocês que têm o carinho de dedicar seus tempos para me ler, criticar, odiar, amar ou elogiar: é uma honra tê-los como leitores.



José Sebastião Breta – O Gari



Que é mais nobre ao homem? Fazer o que fez o troiano Licaonte, agarrar-se ao joelho de Aquiles e lhe implorar pela vida? Parece ridículo, mas é sublime:



- Aperto teus joelhos, Aquiles. Ouve-me e tem piedade. Vês em mim, nutrido por Zeus, um suplicante que merece consideração (...) não me mates, não vim do mesmo ventre que Heitor que matou teu amável e forte companheiro (Pátroclo).



A resposta de Aquiles?


- Agora morre tu também, meu amigo. Por que te lamentas desse modo? Até mesmo Pátroclo, mais valoroso que tu está morto. Não vês quanto sou belo e alto? Descendo de origem nobre. Contudo, paira também sobre mim a morte e o malfadado destino.



Aquiles zombou do pobre troiano. Mas há honra na zombaria, como há honra na súplica: vida vale mais que orgulho.



Folha de SP: Gari encontra R$ 12 mil no lixo e ganha R$ 1.000 como recompensa no Espírito Santo



José Sebastião Breta, 43 anos é um Aquiles vestido de Licaonte. Ele achou 12.366 reais no lixo e o devolveu ao dono. Ele ganha 350 reais: "Levei para casa. No início, achei que eram "800 contos. Quando vi que eram mais de R$ 12 mil, a gente apavorou".



"Até pensei em ficar com o dinheiro, mas a consciência doeu e resolvi encontrar o dono". Para quê eu falar? As palavras do José bastam: após receber os mil reais, ele disse:


"Vou usar o dinheiro para fazer um tratamento na coluna. Esse dinheiro vale mais do que o outro".




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