A fotografia de Ansel Adams. (1902/1984).
A nauseante luz capturada pela lente externa e interna do fotógrafo norte-americano é um estrondo. Posso apostar que a luz, refém do instante em que é captada, torna superior sua existência. Veste-se de gala para adornar a imagem.
Penso que muitas vezes a fotografia dele diz mais do que a própria realidade ali exposta, eis a arte a concorrer com o real, quando não a superá-lo.
Algumas de suas fotos (cujos preços são estratosféricos) me remetem a JMW Turner (1775-1851), o melancólico pintor do final do período romântico inglês, que rasgava em carne viva as telas com seus crepúsculos cheios de uma luz sanguínea e de uma cor arrancada das vísceras das nuvens iluminadas pelo sol, capaz de arrebatar e nos conduzir ao mundo dos sonhos.
Erro muito comum, algumas pessoas dizem que alguns quadros são tão bonitos que parecem real: não é, a verdadeira e grande arte quer tudo, menos retratar a realidade.
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