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A China do Chip e do Capim


A China cresceu à razão de 10,9%, segundo dados oficiais. Esclareça-se que o crescimento foi econômico, pois fosse populacional, eita que teríamos mais 130 milhões de terráqueos para dar de mamar ou enterrar, dependendo do sexo. A China deixou para trás países de economias fortes como a Inglaterra e a França; por último superou a Itália e já é a 4º economia do mundo, atrás apenas dos colossos EUA, Alemanha e Japão.


Tudo seria maravilhoso se esse assombroso crescimento atingisse uma boa parcela dos chineses, mas atinge apenas a parte capitalista da China Continental, deixando à mingua províncias longínquas que em pleno século XXl usam tecnologia medieval e comem, quando muito, capim. Ouvi relatos de pessoas que vieram duma excursão pela China Interior e os habitantes do século XV que lá viviam se deslumbraram, pois nunca tinham visto a face estranha de um ocidental. Que China é essa? Uma China perigosa.


Entre 1934/35, (data em que nem eu nem o leitor estavam vivos, mas vivos estão os livros de história para nos salvar da ignorância) houve uma grande revolução na China, a famosa Longa Marcha liderada por Mao Tsé-Tung que, depois soube-se, era Mau mesmo. Ali é que nasceu um gérmen perigoso, o gérmen do inconformismo. Como seria uma insurreição hoje de 800 milhões de miseráveis explorados pela minoria rica?


A China já deu grandes contribuições para a humanidade; inventou o papel, a bússola, a seda, a impressão com caracteres móveis (antes de Gutemberg) e também a rainha das invenções; a polvóra. Quem não se lembra da imagem do estudante anônimo a enfrentar, armado com cadernos e lápis, a coluna de tanques na Praça da Paz Celestial em 1989? Diferente do Brasil, a China tem um histórico de não tolerar abusos dos seus dirigentes, ainda que para isso, sejam massacrados numa praça com nome de Paz.

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