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Thor

Quem viveu e sobreviveu aos anos 70 do século passado deve ter saboreado as histórias dos heróis da Marvel. Lembro de assistir, não sei se na finada TV Manchete, aos desenhos animados que não tinham a cena corrida --- eram estranhíssimos quadro a quadro, ou fotogramas.


O Thor que chegou aos cinemas, curiosamente dirigido por um ator shakesperiano, Kenneth Branagh, não tem nem uma fumaça do encanto do rudimentar desenho do século passado.


Primeiro que a desastrosa escolha do ator (?) Chris Hemsworth confere ao mítico herói nórdico um ar abobalhado, que nada tem em comum com a frieza escandinava e as tensões psicológicas sofridas por ele: renegado pelo pai Odin, banido do reino, e todos os demais ingredientes que tornam esses seres menos criveis do que seus incríveis poderes.


O cenário de Asgard, o reino de Thor, parece saído da cabeça de um carnavalesco. Artificial, ora desfruta de enorme tecnologia, ora recorre a necessidades primitivas, como o cavalo como transporte, embora todos os amigos de Thor tenham o dom do voo sem propulsão…


Natalie Portman, irreconhecível como uma abestalhada astrônoma que (claro) se apaixona pelo mocinho que se iguala a ela nas tolices e nos esgares constrangedores. Nem parece a sombria atriz ganhadora do Oscar 2010, pela atuação em Cisne Negro.


Trazer para a magia do cinema os ícones dos quadrinhos, embalados em formidável tecnologia cinematográfica, parece ser a maior armadilha para fazer desses fabulosos super-humanos seres ainda mais espetaculares do que já são na sua concepção de HQs. Aconteceu com a primeira intervenção de Hulk (2003), quando o fascinante monstrengo verde foi transmutado num horrendo engonço de borracha. Um fiasco total.


A esperança é que o estúdio responsável pela Marvel não cometa os mesmos erros para o aguardado (2012) Os Vingadores, que unirá Homem de Ferro, Hulk, Thor e Capitão América.



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