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Ad Nauseam



Tenho um hábito quase hediondo: vejo e revejo Ad Nauseam (até o limite etc.) algo de que gosto muito. Funciona assim com este filme. A história de superação do presidiário inocente, os percalços, as humilhações, a violação sexual por que passou, a liberdade.


Quando Andy Dufresne rasteja pelo esgoto e sai imune dele enquanto a chuva o unge, é uma cena marcante. Red, bela atuação de Morgan Freeman, é o amigo que todo amigo gostaria de ter.


Quando Andy diz a ele que foi preciso ir à prisão para se tornar um criminoso, porque fora dela "era reto como uma flecha", isso diz muito sobre todos nós.


Há quem dê ao filme uma interpretação cristã de redenção, com cada personagem sendo uma célula do Evangelho: Samuel Norton, o diretor do presídio, no papel do anjo negro, e o próprio Andy o Jesus que busca libertar-se a si e a todos.


Outra cena, a que ele coloca "Le nozze di Figaro" para todo o pátio da prisão, que fica em êxtase, nos remete imediatamente a uma epifania divina, e porquanto os presos, num passe de mágica, se transformam em anjos a celebrar o pôr do sol, como em Cidade dos Anjos. É de arrepiar.


Red, que vai a Buxton procurar a rocha vulcânica onde há o bilhete de Andy com a recomendação para que cumpra a promessa e o encontre em Zuatanejo (a cidade mexicana de fato existe), nos leva a outro momento que flerta com o divino, porque antes Andy diz a Red que quer viver ao pé do Oceano Pacífico, porque os mexicanos dizem que ele não tem memória, e o encontro de ambos ao fim do trailer nos dá a exata dimensão de que há um paraíso a buscar não obstante todo o sofrimento. Filme inesquecível.


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