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Um Doce Novembro

Eu queria, menina


Um poeta ser,


Para poder


Fazer para você


Um verso belo,


Em tom doce e singelo;


Mas, mau poeta!


Sem rima, inverto


Palavras e


A asa de cera de Ícaro


Faço


Queimar num quente


Café de xícaro!


Assim, menina, perdoa


Meus versos feitos


À-toa


Sem método, rígido


E tímido…


A sorte, menina


É teu mês de novembro:


Todos os dias eu lembro


As flores que vêm


De setembro


Forjar


Nos teus belos


E lisos cabelos


Um turbante antigo


Como um lírio amigo


Enroscar, se impor


No âmago do meu interior


Folhas de fole


Em inglês dizem:


– Love


Troco o idioma e não sei


Por ordem de quem veio


A lei


Que mandou


Encerrar em mim


Teu tesouro


Coração adornado de


Ouro…


Não quero ficar blasé


Cair então no clichê


E do nada, sem mais


Nem porquê


Despir o lume da Lua


E triste deixá-la assim


Nua


E as estrelas (amigas


Da Lua), zombando


Dos seios da musa


Não vêem que a minha


Não usa


Jamais de ardis


Nem afins


Para meu coração


Conquistar


E afinal onde está


A Risonha


Com que meu coração


Tanto sonha?

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