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Primaveras Hostis

Quanta desordem há numa garota


Quando cutuca, assim feito gota


Quanto mistério há numa donzela


Que a rima insiste em dizer que é “bela”


Querendo enterrar-se igual um inhame


Quedar-se de charme dileta madame


Qualquer maravilha o olhar lancinante


Queira ignorar o amor delirante


Qual toque de seda, repleta de espinho


Quer-se parecido ao rubi do vinho


Quaisquer notas dadas ao v do decote


Quintas são os dias que adota o chicote


Querelas, angústias e uma dor covarde


Quaresmas furtivas, e a pétala arde


Quartas, primaveras, em vez de flor, dá hera


Quiseste anular a paixão, – E agora já era.

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