Poema Sem Face
- ABM

- 1 de mar. de 2011
- 1 min de leitura
Atualizado: 26 de ago. de 2021
As cidades crescidas e povoadas
Ardiam de dor e nomes maus
Cidades ocultas, dizia um jogral
A muda muda pelo não vento
Crestava num sol radiante
Quanto sol! Quanta muda!
Pulsava um som de trovão
A cidade em mágoas, gemia
Sem fremir, esquecia a lida
O curioso matou a curiosidade
Por não a curiosiar:
O índio privatizado
Todos gemiam: – onde é
Que isso vai parar?
Santo, canto o manto
O manto sujo, o sangue
A jorrar que baila e na
Terra, em calha, preta
Um negro lundu
Olhou no envolta reviu a
Cidade, morta, pálida
De cor, forte como odor
Hipoteca e futuro, a cidade nula
Sem bula que nos anula
Morta, caída, vai cidade
Revive morta, cria a turba
Não agora – agonia
A embolia, à embolia



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