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Poema do Tempo e da Dor

Quanto tempo dura um espanto?


Mais, ou menos do que um pranto?


O tempo que leva para a seda coser


É o mesmo que gasta para se desfazer


Entre o raio e o trovão há o descalabro:


Instante crítico que antecede o tom macabro.


É sincera a dor que só há no semblante


A não ser que se há iluda e a implante.


Se a questão que precede o tempo indolor


Fica clara a sensação de mero bolor.


O dente que assola lateja ambidestro


Doente, a existência equivale a seqüestro.


A mitologia nos tributa frios caminhos outonais:


– Só nos resta sorrir e julgar as dores divinais.


O heroi pranteia: o destino os corta do seu lar


Nada perdoa, caráter, honra: sutura a jugular


São belos, vistosos, mas todos fracos Já São.


Teseu, Perseu, Aquiles, até o tolo do Jasão.

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