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Um Milagre Histórico Chamado Israel

Que Adolf Hitler tenha reunido esforços e concentração para exterminar os judeus, e com isso acreditar que prestava um grande serviço à humanidade, é um fato que admira e consterna. Que a contribuição judaica para o desenvolvimento civilizatório transcende um gênio do mal, como foi o alemão, é coisa para continuar e pensar, sem parar nunca e nunquíssima.


A exposição TESOUROS DA TERRA SANTA, em cartaz no Masp, com relíquias que remontam ao Rei Davi e posteriores artefatos do Cristianismo – inclusive uma monumental cabeça em mármore de Alexandre III –, lança preciosa luz sobre esta inacreditável nação israelita que, não obstante os desdouros seculares que enfrentou, sempre manteve a unidade - ainda que precária - de sua cultura, costumes e tradições. Talvez seja o maior símbolo de resistência em âmbito extracelestial de que se tem notícia desde que um eremita, cansado e entediado da solidão, inventou a civilização.


Exceção feita aos eslavos e aos negros africanos, não há outro povo que tenha sofrido mais perseguição política, religiosa ou comportamental como o judeu. De uma tribo diminuta (território igual ao de Sergipe) encravada no meio de um oriente hostil às suas práticas, é um espanto que tenha sobrevivido a tanto vilipêndio de modo a guardar suas tradições com tanta determinação. Muitos povos, dispersados por guerras e mau-humor de imperadores, jamais conseguiram se reagrupar e afirmar seus lugares no mundo, caso explícito e fatídico de incas e astecas – só para ficar neste lado do hemisfério. É também exemplo ímpar de um povo que é – por olho alheio – considerado estrangeiro em sua própria terra natal – efeito espetacular da ignorância internacional.


A riqueza de sua cultura nos legou tesouros de beleza artística e religiosa incomparáveis. Nasceu lá o texto mais influente da história do ocidente – a Torá (Bíblia). Tecnologias? Poderia citar uma procissão interminável de conquistas: os judeus, mesmo sendo 0,0016% da população mundial, detém 20% dos Prêmios Nobel já entregues. É assombroso.


Antes do Islamismo, que é do século VII da Era Comum, Israel já era a única nação monoteísta dentro de culturas politeístas. O Talmude (Yoma 69a) e o historiador do Século I, Flavio Josefo, relatam a passagem de Alexandre da Macedônia em Jerusalém: ao receber os sacerdotes judeus, disse o herói:


- Como sua aparência é divina! Indique-me o deus que você honra, pois nos deuses daqui jamais encontrei tão bela ordenação de sacerdotes.


- Servimos a um Deus único, que criou o céu, a terra e tudo o que existe, mas nenhum homem tem o poder de revelá-lo.


- Como servidores do Deus Verdadeiro, vão em paz, pois seu deus será o meu e minha paz os acompanhará, sem o menor risco de eu vir a marchar contra vocês, como fiz contra outros povos, porque vocês estão votados a servir o deus vivo.


Efetivamente ele não marchou contra a terra sagrada dos judeus. Protegeu-a do jugo do opressivo império Aquemênida (persa) enquanto viveu. Não se sabe se este diálogo é uma interpolação criada na Idade Média para fortificar a “conversão” do mega conquistador à fé monoteísta.


Terra de produção de muitas intrigas, algumas geradoras de guerras, Israel permanecerá para sempre como fonte vivaz de fé e inimitável modelo de perseverança à origem e à continuação duma história rica em tumultos e peregrinações. Assaltados que foram por impérios, usurpados por vingadores vulgares e sem causa, a terra que deu vida a Cristo e demais mártires é uma espécie de berço sem grades, todavia gradeado pelas cadeias da intolerância árabe, que acaba por torná-lo também intolerante e necessariamente bélico.




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