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Promotor de Injustiça





Poucas coisas são mais agradáveis do que erguer a riste do dedo raramente ileso de bactérias e condenar um cidadão, principalmente os de alta casta. O promotor Thales Ferri Schoedl é um excelente focinho para enfiar nosso dedo eivado de sede acusatória; ele nos deu muita munição virótica; vamos inoculá-la nele. Nos concentremos em seu sobrenome alienígena e daí se terá um vislumbre de como seria seu futuro; o futuro que ele já consumiu ao nascer e que consumirá após ter assassinado um semelhante por motivo aparentemente torpe. Sua ascendência provavelmente alemã ou símile a tal, lhe outorga de imediato uma bem-aventurança não aventada por grande maioria dos nascituros nessa corporação cambaleante chamada Brasil. De posse dela, o pequeno Thales pôde estudar em boas escolas (Mackenzie), desfrutar, pela estampa e boa classe, de belas mulheres, como a ex-namorada Mariana, pivô e motivo do assassínio que no site Orkut defendeu o ex-amante cunhando uma pérola forense: “A lei não obriga ninguém a ser covarde”. Mariana goza do direito de ser ex-namorada do assassino, Felipe não goza do direito de ser ex-morto.



O que fez o adulto Thales com o pequeno Thales? Danou-o. O que fez o Ministério Público ao não expurgá-lo de seus quadros? Danou a sociedade e por extensão a credibilidade e honorabilidade da instituição. O pequeno Thales, interrogaria o adulto Thales à moda da tradição socrática, que instiga:



- Thá, que foi que você fez que tá todo mundo falando, papai já sabe?


- Pô Thalisinho, o cara ficou me enchendo o saco, sapequei ele.


- Mas Thá, papai e mamãe ensinaram a gente a não fazer o mal.


- Não enche, senão te sapeco também.



A aspereza que emerge e incomoda a opinião pública é a sensação de impunidade e, pior, a regalia do promotor que continuará percebendo seus salários pagos pelos pais de Felipe, o moço de 20 anos que o promotor matou porque achou melhor matar.


O promotor ser preso é quase uma miragem. Eis aí outro ponto de conflito: o sujeito mata, e não vai preso. O pior é que o promotor está solto dentro da lei processual penal que lhe garante esse direito, por mais espúrio que ele possa parecer. Desse mesmo direito gozará eu e você, caso o destino ou o sangue nos obrigue a cometer algum crime. Entrar no meandro técnico-jurídico cansa e esfola a paciência de qualquer cristão; paremos por aqui.



Não obstante um natural juízo de valor que se faz em casos assim, o que pertine é o fato de o promotor, pela necessidade impoluta que pede o cargo, poder menos que outrem cometer crimes ainda mais um crime assim, evitável, por um motivo banal, uma namorada rotativa. Um homem assim, dominado pelos nervos e pelos impulsos não pode promover coisa nenhuma, que dirá a justiça que pede além de justeza, correição de caráter que o pseudo-promotor mostra não ter por implorar a mantenedura do seu status para se livrar do júri popular: a única coisa popular que ele anseia são os rendimentos mensais que não lhe fazem quaisquer julgamentos, antes, ele julga como melhor dispor deles.




Escrito por Alex Menezes às 23h13


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