Existem promessas que nunca são cumpridas; quadram mais no quesito ameaça inconlusa do que de promessa. E não falo de políticos e seus vícios de prometer e não cumprir. Algumas ameaças perderam credibildiade pelo uso e à falta de aplicação da pena. Como esta:
Ana Paula, se você chegar em casa depois da meia noite eu mato você.
Não mata não. Pode apostar. Eu mesmo duvido. Quantas moças perderam o brilho ou a vida porque chegaram em casa ao raiar do dia? Em tempos idos, uma surra substituia o homícidio; em tempos vindos nem surra nem nada; a Ana Paula é que ameaça a mãe intrusa (abelhuda?), com um olhar bravio, caso esta ouse lha esperar no sofá ou na janela; tempura mutantur. Ocorre que é um erro ameaçar e não levar a cabo a ameaça, por mais gravosa que seja, porque isso de não cumprir se torna um costume e aí ninguém mais acreditará em ameaças graves; tudo é o uso que se dá as coisas:
Sr. Tinhorão, seu nome vai para o SPC se não pagar o cheque hoje.
Imagine se cair no ouvido do Sr. Tinhorão que isso, como a ameaça-placebo da mãe das Anas Paulas, é uma ameaça à-toa sem efeitos penais? Dana-se a Economia e os empregos dos gerentes de banco, o gerente de banco aliás é uma entidade, uma figura social de importância magna para o bem-estar e os bons costumes, condiçoes tão prejudicadas nesses dias tão estranhos.
Têm muitas outras ameaças que a falta de preparo para compor esse texto o privará de ver, fato que não fará com que perca nada. Muito estranho. Estava cheio de ímpetos e idéias para discorrer sobre isso, e aí me pego sem saída, o texto capengando para lugar nenhum. Isso é o que dá querer se meter a ser engraçadinho, dá nisso.
Escrito por Alex Menezes às 18h17
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