Um empresário alemão conseguiu frustrar o furto da sua casa no Guarujá, diretamente da cidade de Colônia, na Alemanha, com a ajuda de um equipamento de ponta conectado à internet; após receber via celular um aviso de que algo estranho ocorria no imóvel, o empresário entrou na rede mundial e viu os bandidos na casa; chamou a polícia e todos foram presos em flagrante delito; o Zé do Bach, amigo de copo e de tombos, não raro é pego pela sua mulher em flagrante, só que flagrante de litro.
A cena dos senhores ladrões (entendam o epíteto “Sr” que confere ao ladrão alguma dignidade moral; deputados são V.Exa) levando embora as coisas foi hilária. Um deles, diligente, resolveu provar um casaco, como se estvesse numa loja e teve ainda o requinte, típico de um consumidor exigente, de verificar o comprimento da manga; carecia de uns ajustes.
Tinha um amigo muito mentiroso chamado Tião Cara de Pedra. Um dia ele nos contou que a empresa, desculpe, sociedade empresária, em que trabalhava, firma de importação, essas coisas, desconfiou que os funcionários estavam aliviando suas mercadorias. Os aliviadores foram filmados por meses a fio. No melhor estilo Sílvio Santos. No final do ano, os patrões promoveram uma festança, todos podiam levar a mulher, o amante desta, o papagaio, o avô, o gato, a sogra, o diabo: bocarra livríssima. No auge da festa, anunciou um dos chefes:
Agora vamos passar um filme com os melhores momentos do ano da nossa empresa.
E lá estavam os funcionários em ação, um parecia o Clark Gable, tal era a imponência com que tamborilava o cigarro enquanto atuava, (prova cabal de que o melhor ator é aquele que não sabe que está sendo flmado) aliviando um perfume, outro um uisquei, aquele um barbeador; este um pano de boneca; mulheres desamairam, amantes sorriam, papagaios curupiavam, avós enfartavam, sogras sorriam sem francesa e o diabo entristecia porque, bom diabo, não gosta de ver um malfeito descoberto assim, às escâncaras: costumes dos diabos.
A leitora Giovana que acha que o mundo é “um grande botão” podia também achar que o mundo é uma grande câmera de vídeo, sempre ligada para nos pegar no pulo (pulo de cerca também, ora bolas!), espiando a violação de um escrutínio ou de quaisquer lapsos que a lei por óbvio não pode alcançar. Claro que com tal olho gigante o mundo seria menos feliz, mas quem disse que ele é feliz mesmo sem o grande olhão?
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