Que enormidade de tragédias no mundo leitores!
As inúteis não merecem a minha pena; a física e a imaterial, como o caso do jogador Ronaldo flagrado gozando a vida com travestis. Gozando parece vocábulo proposital, capcioso, aí posto para inflamar o texto e aguçar a sua libido, caso seja um ás analítico. Eterna contradição humana! Digo que não irei falar e tome lá três linhas escritas!
Voltemos às tragédias que nos excitam mais. O pária austríaco, única ligação que o une a Mozart, porque são essencialmente doutra espécie, trancou a filha por 24 anos, estuprou-a e da violência gerou filhos que têm na figura dum só homem o pai e o avô e a vida estraçalha por toda a existência.
Imaginem as horas de agonia desta filha. Não foi sem motivo que um poeta em momento inspirado se perguntou:
- Se forem somadas as horas de agonia desse mundo, quantos séculos darão?
Quantos séculos! E séculos espichados pela eternidade afora; a saber que as horas de aflição demoram mais que as de diversão. Tem de rimar para doer menos.
Os administradores da FAU, o órgão máximo da ONU para evitar (diminuir?) a fome do mundo pedem em clamor global para que o mundo pare de transformar comida em combustível. Combustíveis matam a fome de poder, o gênero mais grave da inanição.
Ô Sr. Mundo!: – a que plagas nos levará com tamanha fúria?
Queria encontrar uma palavra grandiloquente para abarrotar essa lamúria, mas não a encontro.
No intervalo
Tem cheirim de macarrão
- E a barriga ronca
Mais do que um leão
- Quero um prato
- Cê tá louco
- Quero um pouco
- Cê tá chato
- Só um pedaço
- Cê tá gordo
- Eu te mordo
- Seu palhaço
Olha o público
Cansado de esperar
O espetáculo não
Pode parar não!
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