Um empresário italiano do ramo de pastifícios bolou um modo original de atrair a mídia. Resolveu abdicar por um mês da honorável condição de chefe para viver como um soez operário da fábrica com o igual salário auferido pelos subordinados. Durou apenas 20 dias o ordenado. Desconsolado com a verificação empírica do fato já notório, decidiu aumentar em 20% o salário dos seus colaboradores. “Colaboradores” é o eufemismo usado para designar aqueles que colaboram para o fausto alheio.
O interesse aqui é descobrir a originalidade do empresário. O golpe de marketing surtiu bom efeito, foi veiculado nos maiores meios de comunicação e causou até serto espanto; o “serto” vai escrito com s porque como já dizia o médico Davi Capistrano, nem tudo que dá certo é certo. Neste caso, o espanto é até correto, mas pouco certo, na acepção pura da palavra. Seja lá o que isso queira dizer; hoje não é um bom dia para eu escrever.
O empresário fez um mea culpa dizendo que era necessário que os trabalhadores estivessem felizes para assim produzirem mais e conseqüentemente lhe aumentar o lucro, forma celestial e primeiro ministro do deus Capital. Para estarem felizes, tinha de ganhar mais. Acho que está sem ritmo e sem graça esse texto.
Estou pensando seriamente em parar por aqui, porque o tema por si só já é meio enfadonho e coisas enfadonhas assim em plena sexta-feira simplesmente o dia mais sagrado de todos os “colaboradores” do mundo...; tenham fé; quem sabe não cai um raio de inspiração sobre mim e a coisa ande? Torço para que o raio seja apenas figurado, raio de parábola, porque se for desses que estouram tudo, não vou curtir ficar torrado aqui nessa cadeira, nesse computador, nesse tédio.
“Eu quero fazer silêncio/ Um silêncio tão doente/ De vizinho reclamar/ e chamar polícia e médico/ e o síndico do meu TÉDIO/ pedindo pra eu cantar”
Viu aí? Nada como uma nesga de poesia para me livrar de um texto sem imaginação e sair de fininho, à francesa, como se diz, (com as letras entre as pernas fica meio grosseiro) e dar o fora lhe desejando (olha o gerúndio aí gente!) um bom final de semana e informando (bis) para que faça as contas e as malas; daqui a 6 dias é feriadão, um generoso que começa na quinta-feira, quando eu chegar dentro dela prometo algo melhor, nem que seja uma fuga da cidade. Divirtam-se.
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