Estou uma alma dividida. Não que eu tenha de escolher entre Lauren Bacall (o mais belo animal do mundo, segundo Frank Sinatra) e alguma atual namorada do Ronaldo Fenômeno que tem a vantagem de ser animal e financista a um só tempo, espécie mais abundante na natureza que o micro leão dourado. Chega de enrolar. Não que eu esteja inspirado e queira encher de palavras ocas o texto e extorvar seu expediente; deve ser o quê aí, umas 09h54? E o que é que você está fazendo essa hora no computador? Ah se eu fosse teu patrão, como naquele musical-ópera, malandro e maroto:
Eu te encarcerava
Te acorrentava
Te atava ao pé do fogão
Não te dava sopa, morena
Se eu fosse o teu patrão
Chega de graça. A dúvida é se eu enfio (no bom sentido) a língua ferina nas barbaridades sobre história do Brasil que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse numa palestra, ou “aula magna”, na capital fluminense ou se enfio uns croquetes de monóxido de carbono nas narinas do fundador do Greenpeance o Sr. Patrick Moore que trocou de lado e agora ataca os ativistas ecológicos e, cataplawer, presta consultoria para empresas de energia nuclear, algo equivalente a Mahatma Gandhi se filiar à Al Qaeda do senhor Osama Bin Laden, mais conhecido como “o milionário saudita”.
Político inculto é quase regra. Não carece de qualificação para se ser um, exceto aquela ao alcance de todos: estar vivo. Esses humanos especiais confundem os bugalhos dos olhos (a parte branca do olho) com os alhos ardidos que ardem mais quando eles se metem a falar daquilo que não fazem a menor idéia.
Entre os crimes históricos do governador está o de dizer que Getúlio Vargas deu-se um tiro na... cabeça! Nem vou descer a outras ninharias como sobre a promulgação da Constituição de 1934 que ele mudou para 1932 porque são tecnicidades, mas dizer que o primeiro ministro inglês Winston Churchil “costurou uma aliança entre URSS, EUA e Grã-Bretanha e batizou-a de “Eixo Democrático” é demais. Era simplesmente “Aliados” contra o Eixo nazi-fascista, mais o Japão – Eixo aliás, porque há uma sincronia geográfica entre Itália, Alemanha e Japão, que forma geometricamente um eixo. Fez mais: colocou João Goulart como ministro de JK, quando ele foi apenas ministro do Dorneles, aquele que deu-se um tiro no peito. Sergio Cabral quer deixar a História para entrar na vida, só pode ser.
O caso do fundador do Greenpeace é mais grave porque sinalizador de um tempo cruel, partidariamente falando. Trocar as convicções políticas ou mudar de time faz parte do contraste da gente, mas o que fez Patrick foi trocar de pele, metamorfose que só o poder de outro verde, do dólar, é capaz de operar. Li a entrevista inteira e ele quase me convenceu. É um sujeito dotado de talento para a retórica. É possível que não acredite em nada do que falou, mas tem o raro poder de persuadir pela palavra e assim convence cautos, incautos, petroleiros e aquela outra espécie insuscetível a venalidades; os políticos. Eu hein.
Escrito por Alex Menezes às 23h57
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