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A Volúpia de Shaw

George Bernard Shaw pontuou algo como isto aqui:


“Um cérebro fraco transforma a filosofia em loucura, a ciência em superstição, e a arte em pedantismo.”


Mas eu tenho medo mesmo são dos cérebros nublados; são eles quem dão o encardido necessário para equilibrar a pureza da melancolia.


Por misticismo ou vocação, a gente vai se desvencilhando dos vazios que nos enchem de esperança.


A ciência nos tumultua com possibilidades de finalmente acabar com as ilusões que a humanidade cultiva desde tempos imemoriais; extinguir a velhice é uma delas.


A filosofia, diametralmente oposta, passou a existir para nos afundar de ilusões, pelo sombrio fato de anotar razão ao triste espetáculo da existência.


A loucura, que reabilita uma mente adoecida ou por excesso de realidade ou de acaso, levará milênios para ser compreendida e tolerada, e quando isto ocorrer, já não será preciso ser ou estar.


A arte que a tudo supera, é uma espécie de elixir elitista que não cura nada; antes, agrava a debilidade dos ignaros.


Shaw percebeu a necessidade da volúpia. Seja ela de que matiz for.

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