Para você (a roda não vale) qual a maior das invenções? A bicicleta? A almofada? A aspirina? Já elegeram o clipe, aquele ferrinho torto que se usa nos escritórios como uma invenção revolucionária...
Um francês chamado Niepce imaginou uma coisa extraordinária para sua época: congelar imagens. Nasceu a fotografia. Aristóteles, Della Porta e Leonardo da Vinci estudaram os princípios da fotografia, mas só Niepce a tornou possível. Para alegria da Sony no futuro; futuro este que já chegou e já está indo embora. É um bicho escorregadio esse tal de futuro.
Aconteceu de tudo com a fotografia. Della Porta foi levado a julgamento por “feitiçaria” quando mostrou uma foto, ainda rudimentar, aos seus amigos, alguns saíram correndo, apavorados. Até eu correria. Por que ri? Você também correria. O pintor francês Paul Delaroche declarou: “De hoje em diante, a pintura está morta!”. Que não o ouça o professor Karnal, a quem tive a honra de ser aluno, pois ele diz que, para ofender um pintor, diga-lhe que sua pintura parece uma foto...
Pois bem, Niepce se associou a Daguerre, e daí surgiu o daguerreótipo, a bisavó das câmeras modernas. Foi um sucesso estrondoso. Curioso também é observar o papel social das fotos; em 1880, um reformador social tirou fotos dos bairros pobres de Nova Iorque à noite. Queimava pó de magnésio numa frigideira para obter o flash. Muitas queimaduras depois, (não há progresso sem dor) suas fotos ajudaram o então presidente Roosevelt a empreender reformas sociais naqueles locais fotografados.
A revolução em massa se deu quando George Eastman criou em 1888 a Kodak. Após tirar as fotos, o cliente levava a máquina para a fábrica; esta revelava as fotos e devolviam a câmera com um rolo novo. Era o acesso da magia da foto a todos os mortais que se imortalizavam com ela.
Todos temos dentro de nós um fotógrafo amador, que busca o melhor ângulo, cogita a melhor pose, capta a luz no raro instante que ela está distraída e nisso opera milagres; faz de um plebéia uma princesa com um simples ajuste de foco, diz que sua paisagem capturada no papel é mais bela que a verdadeira; a foto do filho bebê tornam perfeitas suas imperfeições de nascituro e assim como o relâmpago tem o poder de fazer mais escura a escuridão a fotografia tem o poder de acontecer antes de um piscar de olhos; é a comunhão entre a imagem e a sua pupila, e a hora do seu nascimento é assim breve como o fim de um instante.
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