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A Culpa é de Um Grego


Alexandre e Aristóteles

Eu gostaria de saber quem foi o pai d´égua que inventou a política. Machado dizia que Deus inventou o amor e o Sr. Diabo, invejoso, criou o casamento, para conspurcar o amor e danar tudo. O homem é até meio bom. Mas aí entrou em cena a política, com seus manifestos maniqueístas e lascou tudo. Preciso de um bode expiatório. Alguém tem de pagar esse pato indigesto. Adão não serve. Preciso de alguém mais ambicioso e menos suscetível à sedução feminina.



Elejo Aristóteles (384-322 a.C). Não há culpado mais apetitoso. Não por seu voraz apetite pelo saber que o fez flambar a Ética a Metafísica a Medicina e a Poesia; dourar a Lógica a Psicologia e a Retórica e a Física; refogar a Zoologia a Botânica e a Dramaturgia; gratinar a História Natural a Etimologia a Biologia a Matemática a Fisiologia e o mais. O homem não só estabeleceu as bases científicas dessas áreas como as sistematizou e os conceitos por ele lançados têm valia até hoje. Tal é sua magnificência que, perto dele, Leonardo Da Vinci é apenas um bebê curioso.



Se ele tivesse conhecido e dominado a eletricidade não teria apenas encontrado a cura do câncer como teria feito contato com Deus. Mas... “o homem é um ser essencialmente político”, pontificou ele. Até então, o homem ignorava essa condição; fazia política como os eleitores do Brasil votam, sem saber em quem nem porquê. Era uma política feita aos encontrões, abalroando-se na ignorância dos vícios que dela poderiam advir. Um pouco de persas loucos ali; meia dúzia de chineses (desconhecidos) criando a pólvora acolá e os gregos inventando esse perigo explosivo chamado política.



Os alunos de Aristóteles ficaram conhecidos como “peripatéticos” (“aqueles que passeiam”, pelo hábito dele andar enquanto ensinava). Mas os patéticos são os abutres que se locupletam da política para fazer fortuna e desafortunar os patéticos que elegem larápios para cuidar de seus interesses. A democracia, (que Aristóteles aceitava com ressalvas) é um instrumento perigoso quando manobrado por um povo indócil como o nosso.



Renan Calheiros é a prova disso. Ainda que tenham sido seus os recursos para pagar a pensão da jornalista, a imoralidade de ele mandar um lobista de empreiteira que tem contratos com o governo pagar a despesa já é um acinte, que ninguém alude, porque a fumaça está mais potente que o fogo. A leniência sua e minha é o que dá salvo-conduto a Renan, que não deveria apenas perder o cargo, mas ser guardado num presídio, pelo tempo que deve prever alguma lei ineficaz. Severino Cavalcanti, aquele sincofanta ignóbil, está solto e é tão perigoso quanto um Beira-Mar, um Elias Maluco. E nem eu nem você, fazemos nada.





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