Brasil, 21 de junho de 2014,
A final da Copa do Brasil se dará hoje, às 16h00 no Maracanã entre Costa do Marfim e Equador. Os equatorianos levam grande vantagem, pois têm o ataque mais positivo com 26 gols, mas os marfinenses detém a melhor defesa, apenas 4 gols sofridos em 7 jogos. Trindad Tobago e Senegal disputam o terceiro e quarto lugares do certame. Os brasileiros, decepcionados com o desempenho da Seleção, desclassificada na primeira fase, fugiram do Rio de Janeiro.
A Copa acaba sem deixar saudades. Problemas de licitação (gastou-se 45 bilhões de dólares, dos 5 bi inicialmente previstos), caos no transporte aéreo, ineficiência dos meios de comunicação, e o fatídico caso da delegação russa seqüestrada e levada para o Morro da Coréia quase fez a Fifa cancelar o torneio o que gerou uma crise diplomática uma vez que o Peru e a Bolívia pediram para terminar em suas terras o certame, garantindo segurança e a manutenção do espetáculo. O presidente da República, Bispo Marcelo Crivella, junto com o Conselho de Governo da Igreja Universal, subiram o morro carioca e resgataram, com promessas celestiais aos seqüestradores, todos os russos que, em pânico, voaram direto para Moscou.
O presidente da CBF, preso por suspeita de ter recebido 800 milhões de dólares de empreiteiros, fugiu do presídio de Presidente Bernardes no dia da estréia do Brasil. O caos se instalou mesmo quando foi descoberta a maracutaia envolvendo a Rede Globo e a Rede Record para obterem juntas o direito de exclusividade para transmitir a Copa. O STF entrou em campo e proibiu ambas as emissoras de exibirem a Copa, cabendo à TV Cultura a transmissão e distribuição dos jogos para o mundo inteiro. Globo e Record processam o presidente do Supremo, o Ministro Joaquim Barbosa.
O país está desacreditado, a imagem internacional que já rebolava, está trôpega, a esculhambação fez o dólar subir a R$ 6,83. A ONU ameaça com embargos caso o governo brasileiro não envie um relatório satisfatório esclarecendo todos os escândalos para a comunidade internacional.
Jornalistas, artistas e intelectuais ameaçaram tardiamente o dia 30 de outubro de 2007, data longínqua em que foi anunciada oficialmente que o Brasil sediaria o Mundial. Tarde demais para lamentar. A Copa do Mundo engoliu o país. Os festejos de outubro de 2007 soam como escárnio atualmente, pois nem mesmo o finado, porém vivo, mago Paulo Coelho, estrela da candidatura do Brasil à época, ousou prever uma tragédia de tal monta. Coelho (ou seu espírito) está refugiado no Afeganistão, hoje, a mais próspera economia do mundo, que cresce a taxas de 18% ao semestre.
É muito provável que após esta série de infortúnios, ninguém vá parar na cadeia, exceto o ministro do Supremo, que agiu dentro da lei. A situação é de tal gravidade que nem mesmo humoristas como José Simão que deu ontem, 20/06/14, entrevista ao JN em que chorava verdadeiramente, são capazes de produzirem piadas. O recesso está em todas as esquinas. O ex-presidente e atual candidato Luis Inácio Lula sem mais Silva disse que, caso fosse ele o presidente em 2010, nada disso teria acontecido, porque nunca na história deste país aconteceram tantas desgraças por causa de um simples jogo de bola.
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